quarta-feira, 28 de março de 2012

Touch - Kiefer Sutherland

Por Davi Garcia
Estamos todos interconectados. Nossas vidas estão ligadas, de forma invisível, às daqueles cujos destinos tocam os nossos. De forma geral, é essa a premissa de Touch, nova e promissora série criada por Tim Kring (sim, o de Heroes) que marca o retorno de Kiefer Sutherland à TV dois anos depois do fim de 24. Descrita pela Fox americana como uma produção que mescla ciência, espiritualidade e emoção, Touch narra a história de Martin Bohm (Sutherland), um homem comum que ficou viúvo após perder a esposa no 11 de Setembro e que não consegue, apesar de todos os esforços, criar um relacionamento com Jake, seu filho de 11 anos que manifesta sintomas do que parece ser autismo, mas que guarda, em sua obsessão por sequências de números, o dom de enxergar padrões e de prever eventos que podem mudar vidas.
Estabelecendo a ideia que cerca a trama da série logo em seus minutos iniciais através de uma curiosa narração em off feita por Jake (seguida de uma abertura bacana, diga-se), Touch surge como mais um projeto ambicioso de Kring que (assim como já fizera em Heroes) usa um cenário global para contar uma história de vidas que se cruzam de maneira irreversível. As semelhanças, contudo, param por aí, já que ao deixar de lado o elemento fantástico da série dos heróis, Touch investe num traço bem mais humano e, por isso mesmo, mais factível, para sustentar a narrativa de seu episódio Piloto de maneira atraente e envolvente.
Nisso, destaque para a performance de Kiefer Sutherland que, mesmo ainda dando ecos a seu Jack Bauer de 24 em alguns momentos (ele grita ao telefone; corre contra o relógio em determinada situação e até solta o famoso Damn it! em outra bem inusitada), consegue construir, de forma notável e marcante, um personagem frágil e crível que não abre mão de tentar formar uma relação com o filho apesar de todas as dificuldades, e que se fascina com a descoberta de que ser uma espécie de porta voz e intérprete para o dom do garoto pode representar sua única chance de efetivamente se aproximar e se conectar com ele.
À primeira vista, o conceito que move a trama de Touch – o do garoto que enxerga padrões e prevê eventos, e de pessoas ao redor do mundo que acabam influenciando as vidas umas das outras de um jeito supostamente coincidente demais -  pode parecer complicado ou mesmo exagerado. Nesse contexto, se por um lado a sensação de manipulação é notória ao longo dos acontecimentos que vão sendo cobertos no episódio Piloto (vide, por exemplo, as circunstâncias que aproximam o personagem de Sutherland ao do sempre competente Titus Welliver), por outro fica o sentimento de que tudo acaba funcionando de maneira orgânica (e até mesmo emocionante) dentro da proposta da série que, por si só, sustenta-se num grande Deus ex machina.
Sendo assim, ainda que o bom senso (e o histórico de Tim Kring, claro) recomende que fiquemos com o pé atrás em relação à sequência da série (como se darão as ações do personagem de Sutherland ajudando uma pessoa desconhecida a se conectar com outra a partir das indicações de Jake?), afirmo sem qualquer receio que o episódio Piloto de Touch dirigido por Francis Lawrence (Eu Sou a Lenda) realmente me
tocou
 fisgou do início ao fim de uma maneira bastante intrigante. Dito isso, não faço ideia se os próximos episódios serão tão bons quanto este ou mesmo se a série conseguirá dar peso a discussões aleatórias que falam sobre a contradição da tecnologia que nos conecta e nos distancia. Contudo,  já tenho uma certeza: a de que estarei a postos para acompanhá-los e descobrir se Touch é mais do que uma série promissora ou só outra boa ideia que Tim Kring estragará.

PS:Assisti o primeiro capitulo:RECOMENDO !!!E agora,veja o trailer.


Fonte:www.ligadoemserie.com.br

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