quinta-feira, 15 de maio de 2014

A FISICA e o Ateísmo !!!


Numa sociedade que não vê o descrente com bons olhos, formulários de dados pessoais listam no campo Religião a opção Ateus. Fazendo um paralelo com o campo Automóvel, a exata correspondência teria que ser uma opção como Não sei dirigirÉ como se o ‘amotorista’ tivesse que assumir para si mesmo que lhe falta algo, além do carro. Não tem seria a resposta mais precisa para indicar a relação do ateu com a religião, mas não é a mais conveniente, porque a sociedade quer deixar claro que, como no caso do ‘amotorista’, também lhe falta algo: a competência, a habilidade, a capacidade intelectual para perceber Deus.
Um equívoco que o onipresente preconceito contra ateus conseguiu enfeitar e vender como verdade, é a declaração de que “o ateísmo também é um tipo de crença”, onde se percebe o sofisma que pretende confundir a crença vinculada apenas à falta de conhecimento, com a crença religiosa e com a fé. O fato de ser impossível provar que deuses são apenas fruto da imaginação humana, que é o argumento ateísta, não transforma um ateu num crente na inexistência de deuses, muito menos na inexistência de um Deus específico.
Como ninguém nunca me perguntou em quais deuses eu não acredito, ou quais cidades eu nunca visitei, ou quais nomes não são o meu nome, eu elaborei a minha Teoria Taxonômica Sofismática da Negativização, pelo que se estabelece a relevância que se dá às coisas que “não são”. Por exemplo, alguém que não sabe ler nós definimos como analfabeto, admitindo-se como padrão a capacidade da leitura; mas não designamos como ‘amotorista’ aquele que não sabe dirigir. Isso porque existe uma intenção social embutida na negativização dos termos. Seria vantajoso para a sociedade se todo mundo soubesse ler? Sim. Então nomeia-se a condição negativa: analfabeto. Seria vantajoso se todo mundo soubesse dirigir? Não!! Então melhor esquecer o ‘amotorista’, porque palavras negativizadas sempre mexem com os brios das pessoas, e ninguém vai querer mais gente aprendendo a dirigir e entupindo as ruas com ainda mais carros. 
Nesses moldes tem-se o “descrente”, na sua forma mais popular “ateu”, cuja definição é propagandeada como sendo aquele que crê na inexistência de Deus. Só que não faz sentido acreditar na inexistência de algo, assim como não faz sentido aprender a não ler, ou a não dirigir. 
O ateísmo é apenas uma reação à crença religiosa, do mesmo modo que a força Normal é a reação da força Peso. Assim como a Normal, o ateísmo não existe por si, nem faz nada além de tentar manter as coisas em equilíbrio, evitando que o ser humano, ao desafiar a gravidade da razão, despenque no abismo de sua própria loucura.



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