quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Teodicéia : uma reabilitaçao teológico-filosófica.

A ciência vive em constante revisão. Ou melhor: ela vive das suas constantes
revisões. Muitos problemas, para os quais a comunidade científica já comemorava soluções
aparentemente satisfatórias, precisam ser freqüentemente retomados. Algumas vezes as
soluções sugeridas acabam demonstrando fraquezas epistemológicas imanentes
inesperadas, outra vezes elas se apresentam incompatíveis com outros desenvolvimentos
internos ulteriores da ciência em questão, ou, em alguns casos mais otimistas, os avanços
estruturais da ciência permitem uma solução ainda mais elegante para o mesmo problema.
As ciências críticas como a filosofia e a teologia sistemática apresentam, além
destes motivos, uma razão ainda mais profunda para sua constante revisão, a saber, que
grande parte dos seus problemas não exigem soluções definitivas, e sim, simplesmente, nos
desafiam a uma constante reflexão. Um destes problemas clássicos, que pertence ao âmbito
interdisciplinar da teologia e da filosofia, é a antiga questão da teodicéia.
Uma das maiores dificuldades da questão da teodicéia é a justificativa pela sua
própria existência, posto que muitos negam não apenas o dever, mas também o direito de se
colocá-la. Classicamente se compreende a teodicéia como a pergunta pela justificativa do
mal no mundo, dada a existência de um Deus onipotente e bom. Expresso de uma forma
universal, o problema é até mesmo anterior ao cristianismo. Epicuro, por exemplo, elaborao
de forma precisa e ao mesmo tempo suscinta lançando duas perguntas elementares: Pode
Deus eliminar o mal existente no mundo? Quer Deus eliminar este mal? Apenas quatro
respostas são logicamente possíveis:
(1) Ele consegue, mas não quer. (Mas) Neste caso Ele não é realmente bom.
(2) Ele quer, mas não consegue. (Mas) Então Ele não é onipotente.
(3) Ele nem quer, nem consegue. Pior ainda, neste caso Ele não é bom, nem onipotente.
(4) Ele consegue e quer. Mas então, por que ainda existe mal no mundo?
E mais: se ele é onisciente por que orar...se ele já sabe ( ou saberia ) de nossas necessidades? Por exemplo: você tem dois filhos - quem pedir com mais fé é o premiado...ou...tenho que usar intercessores ( sugerindo que existe corrupção para ter acesso mais fácil ao chefão).

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