quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Atrocidades bíblicas " explicadas " pelos crentes.

Os crentes vivem repetindo que "Deus é amor". Quando confrontados com as atrocidades e absurdos da Bíblia que, em geral, eles desconhecem, negam a princípio que tais coisas estejam no "Livro Bom". Depois, diante da evidência, apelam para explicações estapafúrdias. Eis algumas das piores:

-"Você está deturpando a palavra de Deus! " (e encerram a discussão).

-"Você é ateu e não consegue entender as coisas de Deus. Aceite a Jesus como seu salvador e tudo ficará claro" (se eles já entenderam, então por que não nos explicam? E não seria mais lógico primeiro analisar e entender e só então aceitar? E se aceitarmos Jesus e o entendimento não vier? Devemos tentar de novo com outro deus e outra religião até conseguir?).

-"Não devemos questionar aquilo que está além de nossa compreensão" (se não podemos entender, também não podemos julgar se é certo ou errado e não devemos aceitar. Pode até ser que Deus exista, mas quem nos garante que é bom e justo?).

-"Antes de lermos a Bíblia, é preciso orar para que Deus nos ajude a entendê-la corretamente" (a Bíblia deveria ser clara e evidente, já que, se fosse a palavra de Deus, seria importantíssima para nós. Se é propositalmente confusa, de quem é a culpa se cada um a entende de um jeito diferente?).

-"Vocês, ateus, estudam a Bíblia a fundo só para nos confundir. Vocês são o anti-Cristo" (ou seja, eles estão admitindo que as palavras de Deus não têm efeito sobre ateus e ainda podem ser usadas para o mal. Acham que sabem mais de Deus do que nós apesar de não terem lido suas palavras ou não conseguirem nos explicar os absurdos e contradições).

-"Você só procura coisas ruins na Bíblia. Procure também as boas". Ou ainda: "Você se esquece das muitas coisas boas que Deus fez" (ou seja, um criminoso que ajuda seus protegidos deve ser julgado pelo bem que faz a eles, não pelo mal que faz às vítimas; um pai que estupra a filha pequena deve ser julgado pela esmola que dá aos pobres, não por detalhes de sua vida particular).

-"Você tem que ver o contexto" (o problema é que eles nunca conseguem explicar direito que contexto é esse, um contexto que não passa a existir só porque eles querem que exista).

-"O importante é a mensagem que Deus nos transmite" (que mensagem podemos tirar da ordem para chacinar todos os cananeus, estuprar as virgens e rasgar a barriga das grávidas? Além disto, já que a tal mensagem nos chegou através de um povo primitivo e bárbaro, como podemos saber se ela não foi deturpada por eles e adaptada para justificar suas atrocidades? Ou, o que é mais provável, simplesmente inventada por eles?).

-"Os judeus mataram os cananeus porque eles adoravam deuses pagãos". E daí, eu pergunto? "Mas eles adoravam ídolos de pedra! ". E daí, eu pergunto, e não consigo resposta.

-"Deus, em sua infinita bondade, mandou matar os cananeus quando ainda eram poucos para que mais tarde não tivesse que matar muitos milhões deles" (o que responder a uma idiotice destas?).

-"As crianças que foram mortas (no Antigo Testamento) já estavam condenadas ao nascer" (predestinação calvinista).

-"Os judeus eram um povo de cerviz dura, portanto Deus lhes deu essas leis, mas Jesus nos trouxe a lei definitiva" (por que não lhes deu logo de início as leis corretas, para que fossem melhorando com o tempo, em vez de incentivar suas barbaridades e esperar milhares de anos até enviar Jesus? Afinal de contas, são os homens que definem o que é certo e errado e Deus fica só olhando? Deus não estaria sendo conivente, errando por omissão?).

-"Essas coisas (atrocidades e absurdos) ocorreram durante a Antiga Aliança. Jesus nos trouxe a Nova Aliança e tudo isto se tornou passado" (tornou-se passado mas não deixou de ter acontecido. E Jesus e Yaveh são a mesma pessoa).

-"Deus teve que ser severo com o povo escolhido, às vezes, devido a seus pecados" (e também cruel, injusto, mesquinho, ciumento e sujeito a ataques de raiva, até mesmo com seus profetas, por exemplo obrigando-os a comer bosta e passar vários anos dormindo só de um lado; matou até mesmo quem ofereceu-lhe o incenso errado. Um deus assim só merece medo e ódio, jamais amor).

-"Quando calamidades aconteciam a seus inimigos, os judeus as interpretavam como sendo uma ação direta de Deus para proteger seu povo escolhido e assim registraram na Bíblia. Na verdade, Deus nem sempre interferia. As calamidades eram apenas a consequência inevitável de seus pecados e de sua recusa em aceitá-lo como o verdadeiro Deus" (por exemplo, no caso da morte dos primogênitos do Egito, como se Deus não tivesse outros recursos para transmitir seus mandamentos; e também não explica que "consequências" são essas, que não envolvem a ação de Deus).

-"Ele é Deus e pode fazer o que quiser" (ou seja, ser cruel, injusto, mesquinho, ciumento).

Mas Deus é amor!

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Estas respostas são tão ridículas que estão em separado. Mostram bem o esforço de imaginação a que são obrigados os crentes para justificar o injustificável:

-"Deus esterilizou as mulheres algum tempo antes para que não houvesse crianças na época do dilúvio" (e por que não esterilizou toda a humanidade exceto os antepassados de Noé e sua mulher? Assim o dilúvio não seria necessário).

-"Na verdade, o que parece atrocidade é apenas um problema de tradução errada. Basta se olhar os originais" (e onde estão eles?)

-"Javé era o líder dos anjos caídos. Ele se fez passar por Deus mas o verdadeiro deus enviou Jesus para nos revelar a verdade" (teoria criada pelos primeiros cristãos e adotada por alguns crentes hoje em dia)

-"Deus tinha o direito de cometer as barbáries descritas na Bíblia para preservar a linhagem messiânica".
Esta alegação não faz sentido porque:

1. Jesus não descende de David.
2. Mesmo que descendesse, não poderia ser o Messias, já que seus antepassados Jeconias
e Joaquim foram amaldiçoados e seus descendentes não poderiam ocupar o trono de David
(Mateus 1:11-12, Jeremias 22:28-30, 1 Crônicas 3:16, Jeremias 36:30 x Lucas 1:32).
3. Jesus não precisaria descender de David para ser o Salvador. Isto só é importante para
o judaísmo.

-"Deus é amor. Todas pessoas que ele matou antes de Cristo estão esperando o julgamento final.Não importa como uma pessoa morre para Deus. No mundo espiritual não existe carne, só espírito"
(mas importa muito para a pessoa que morreu, às vezes depois de longo sofrimento, e seus amigos e parentes. Se Deus é insensível, suas vítimas não são. Um "deus de amor" tem que justificar este título).
Créditos para:

Fernando's Multiply Site

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