quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Síndrome de Estocolmo e o Crente.

A Síndrome de Estocolmo e o Crente

Certa ocasião sofri um sequestro relâmpago. Foi uma situação difícil. Senti uma grande alteração na capacidade cognitiva e emocional durante o fato que durou aproximadamente 1 hora. Felizmente não sofri violência física. Logo depois de liberto, percebi algo muito interessante: A conversão ao cristianismo tem o mesmo efeito psicológico de um sequestro. Há 3 princípios básicos que sequestradores e religião cristã compartilham.

1. Instauração do Medo

Os sequestradores me fizeram uma grave ameaça: Se não cooperar vamos te matar! Temeroso quanto minha integridade física e minha vida, lembrei das orientações das autoridades de segurança que vemos em noticiários de TV e procurei manter a calma. A capacidade de persuasão (revólver) dos sequestradores e minha desvantagem numérica (1:2) me fizeram concluir que a melhor alternativa era mesmo cooperar.

Uma prática comum nas reuniões cristãs é também a instauração do medo. Embasados na Bíblia (Mt 10.28; Ap 21.8, etc.) ministros eclesiásticos pregam morte, infortúnios e condenação divinos para quem não cooperar tanto financeira quanto doutrinariamente. O medo causado por estas ameaças danifica a racionalidade do crente exatamente como em um sequestro.

2. Promoção da Esperança

Quando os seqüestradores constataram minha cooperação cega, fizeram o seguinte comentário: Tu és gente boa, vamos te deixar viver! Ouvir aquilo me foi um alívio, julguei ter agradado aos seqüestradores. Meus sentimentos a partir deste momento foram de esperança de vida.

A preocupação em agradar a Deus para aplacar sua ira e alcançar a promessa de vida eterna (Jo 3.16; Mt 19.17; etc.) é uma constante na vida do crente fiel. A esperança nas promessas complementa o medo das ameaças como as algemas complementam o chicote para obediência do escravo. A fórmula medo-esperança é extremamente eficiente para eliminar a vontade própria e as faculdades crítica e cognitiva do crente, abrindo caminho para o servo-doutrinamento.

3. Doutrinamento

Depois de algum tempo, em conversas com os sequestradores, fui convencido que me seqüestraram forçados pelas circunstâncias, que eram boas pessoas e não faziam isso por mal. O interessante é que realmente acreditei e passei a me colocar no lugar deles. É lógico que em sã consciência ninguém acreditaria que alguém que lhe faz ameaça de morte é bom. Esta simpatia dos reféns pela causa do sequestrador é chamada de Síndrome de Estocolmo (matéria no final).

Quando a capacidade crítica do crente é extinta, as doutrinas são implantadas. No cristianismo, como num sequestro, o crente é convencido de que, apesar das ameaças que Deus lhe faz, ele é bom. Em pouco tempo alguns conceitos importantes são modificados para manutenção da submissão: Medo de Deus passa a ser "respeito" e sentimentos são "provas" das manifestações divinas. A partir daí fica mais difícil ainda o crente perceber a armadilha. Qualquer absurdo que lhe for dito por seus líderes religiosos será recebido com alegria e status de sabedoria. Já não é mais possível argumentar com o crente, pois sua convicção baseada no medo e na esperança não lhe permite dar crédito à razão.

Conclusão

Deus é uma arma eficiente para bons ou maus intentos. Munidos de tal arma líderes cristãos sequestram a mente de seus ouvintes, quebrando suas defesas psicológicas, danificando a capacidade cognitiva e eliminando o senso crítico para a implementação de um servo-doutrinamento através de ameaças e promessas que manipulam o medo e a esperança dos crentes. O resultado final são pessoas sem identidade própria que desviam seu potencial financeiro e força de trabalho para a disseminação de uma ilusão e enriquecimento daqueles que tiram proveito da ingenuidade e fé populares.

Pescado direto do  deuscienciaereligiao.blogspot.com.br

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