sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um Sábado Qualquer....




Joquinho Viciante...Top Basketball


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Das boas....e antigas !!!

Um padre de um lugarejo no norte de Minas criava um peru.


Um dia a ave sumiu e ele suspeitou de que alguém do local havia roubado.

Na missa, ele perguntou:

-Algum de vocês tem um peru?

Todos os homens se levantaram!

-Não, não foi isso que eu quis dizer. Algum de vocês viu um peru?

Todas as mulheres levantaram!

-Não. O que eu quero dizer é se alguém viu um peru que não lhes pertence?

Metade das mulheres se levantou!

-Não. Acho que não formulei direito a pergunta. Alguém viu o meu peru?

Todos os coroinhas se levantaram!

Pescado no Largado....the best

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Por que não quero ir para o CÉU !!!!

Primeiro de tudo, há a questão da “vida eterna”. O que exatamente eu vou fazer com o tempo de uma vida eterna? Ler todos os livros que já foram escritos no planeta? Assistir todos os filmes e seriados que tenham sido lançados desde que inventaram esta arte? Conhecer cada um dos moradores do Paraíso em sua totalidade? Andar a pé pelo Universo todo? Assistir tudo e todos na Terra nascerem, viverem e morrerem, até a extinção da vida na Terra daqui a 5 bilhões de anos, quando o Sol se tornar uma Gigante Vermelha? Assistir a evolução de uma nova espécie inteligente, milhões de anos após o Homo sapiens se for? ....Leia tudo aqui...

Escondidamente copiado do Ceticismo.net...hehehe !!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Como criar um Igreja e se livrar dos impostos !!!!!

A Michele Santi, da comunidade Ateus e Agnósticos, postou uma reportagem fresquinha de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas da Folha, mostra que bastam cinco dias úteis e R$ 418,42 para criar uma igreja no Brasil com CNPJ, conta bancária e direito de realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).


A reportagem, publicada neste domingo na Folha (íntegra logo abaixo com grifos meus), informa ainda que não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a constituição de uma igreja nem se exige um número mínimo de fiéis — basta o registro de sua assembleia de fundação e estatuto social num cartório.

Além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos) e ISS (serviços), entre outros impostos. Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas.


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Bastaram dois dias úteis e R$ 218,42 em despesas de cartório para a reportagem da Folha criar uma igreja. Com mais três dias e R$ 200, a Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio já tinha CNPJ, o que permitiu aos seus três fundadores abrir uma conta bancária e realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Seria um crime perfeito, se a prática não estivesse totalmente dentro da lei. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a constituição de uma igreja. Tampouco se exige um número mínimo de fiéis. Basta o registro de sua assembleia de fundação e estatuto social num cartório. Melhor ainda, o Estado está legalmente impedido de negar-lhes fé. Como reza o parágrafo 1º do artigo 44 do Código Civil: "São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento".



A autonomia de cada instituição religiosa é quase total. Desde que seus estatutos não afrontem nenhuma lei do país e sigam uma estrutura jurídica assemelhada à das associações civis, os templos podem tudo.



A Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio, por exemplo, pode sem muito exagero ser descrita como uma monarquia absolutista e hereditária. Nesse quesito, ela segue os passos da Igreja da Inglaterra (anglicana), que tem como "supremo governador" o monarca britânico.

Livrar-se de tributos é a principal vantagem material da abertura de uma igreja. Nos termos do artigo 150, VI, b da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com suas finalidades essenciais.

Isso significa que, além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos), ISS (serviços), para citar só alguns dos vários "Is" que assombram a vida dos contribuintes brasileiros. A única condição é que todos os bens estejam em nome do templo e que se relacionem a suas finalidades essenciais — as quais são definidas pela própria igreja.

O caso do ICMS é um pouco mais polêmico. A doutrina e a jurisprudência não são uniformes. Em alguns Estados, como São Paulo, o imposto é cobrado, mas em outros, como o Rio de Janeiro e Paraná, por força de legislação estadual, igrejas não recolhem o ICMS nem sobre as contas de água, luz, gás e telefone que pagam.

Certos autores entendem que associações religiosas, por analogia com o disposto para outras associações civis, estão legalmente proibidas de distribuir patrimônio ou renda a seus controladores. Mas nada impede — aliás é quase uma praxe — que seus diretores sejam também sacerdotes, hipótese em que podem perfeitamente receber proventos.

A questão fiscal não é o único benefício da empreitada. Cada culto determina livremente quem são seus ministros religiosos e, uma vez escolhidos, eles gozam de privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (CF, art. 143) e o direito a prisão especial (Código de Processo Penal, art. 295).

Na dúvida, os filhos varões dos sócios-fundadores da Igreja Heliocêntrica foram sagrados minissacerdotes. Neste caso, o modelo inspirador foi o budismo tibetano, cujos Dalai Lamas (a reencarnação do lama anterior) são escolhidos ainda na infância.

Voltando ao Brasil, há até o caso de cultos religiosos que obtiveram licença especial do poder público para consumir ritualisticamente drogas alucinógenas.

Desde os anos 80, integrantes de igrejas como Santo Daime, União do Vegetal, A Barquinha estão autorizados pelo Ministério da Justiça a cultivar, transportar e ingerir os vegetais utilizados na preparação do chá ayahuasca — proibido para quem não é membro de uma dessas igrejas.

Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas. Templos de qualquer culto poderão, por exemplo, reivindicar apoio do Estado na preservação de seus bens, que gozarão de proteção especial contra desapropriação e penhora.


O diploma também reforça disposições relativas ao ensino religioso. Em princípio, a Igreja Heliocêntrica poderá exigir igualdade de representação, ou seja, que o Estado contrate professores de heliocentrismo.

Colaboraram os bispos CLAUDIO ANGELO, editor de Ciência, e RAFAEL GARCIA, da Reportagem Local

Pescado do Caneca Orbital...

Leiam com atençao e comentem....!!!!!!

Campanha da Fraternidade - 2010 ....que lindo !!!!!

"Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro" - é o tema da CNBB ....
Será que a Igreja Católica venderá todos seus bens: a começar pelo belo Palácio de Verão do Papa em Castel Gandolfo...os latifundios da Igreja católica ( pesquisem e achem - só no Nordeste podem ser suficiente para assentar 6,3 mil famílias)...o Banco do Vaticano...ações em empresas farmacêuticas????
Há muito tempo a Igreja Católica ( desde a Ídade Média...) perdeu a moral para servir de referência para quem quer que seja.Vide os casos de pedofilia ( principalmente nos EUA,onde foram gastos bilhões de dólares nos acordos judiciais) com a proteção do então Cardeal  Joseph Ratzinger -" o Grande Inquisidor"-hoje, o Papa Bento XVI ( Crimen Sollicitationis - documento oficial do Vaticano para proteger padres pedófilos ), tivemos as Indulgências ( perdão parcial ou total de seus pecados devidas a Deus, só que na época convertidos em ouro e/ou outros bens de valor),as Cruzadas e a Santa Inquisição ( que mataram milhões de pessoas na tentativa de conversão em massa dos povos da Terra e sob acusação de feitiçaria,heresia....). Tudo isso como a Indústria da Fé:completa isenção de impostos,não precisa de estoque,produtos dogmáticos e o dízimo...que é o passaporte, ( segundo os clérigos) para ao céu!!!!

Goiatuba - 23/02/2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Como apresentar seu namorado ateu a seus pais evangélicos...!!!!

Padre Marcelo Rossi e seus cachorrinhos....igual a Daniel na cova dos leões

Rickyyyy...cantando e dando a maior pinta !!!

Frase do Dia

“É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.


Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.”


Adrian Rogers, 1931

Copiado do Largadoemguarapari

Da Série: Antigas e Inesquecíveis

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

John Sanford - Pregador episcopal e psicanalista.

Acho que seria interessante se você desse uma lida nas obras de John Sanford. O sujeito é padre católico romano e também é psicanalista, e ele defende uma visão interessante sobre deus(es)


Segundo Sanford (bem resumidamente), Deus(es) existe(m), mas não no mundo real. Toda divindade seria, na verdade, uma representação inconsciente do superego (instância mental responsável por uma função paterna de aprovação/reprovação das ações do indivíduo) da pessoa, uma imagem mental que ela própria possui de alguma força que ela acredita ser externa e que a vigia/protege, ao mesmo tempo que pune o mal comportamento e premia o bom desempenho.

Da mesma forma, demônios e divindades malignas/aberrantes seriam representações inconcientes do Id (instância mental responsável pelos desejos e impulsos mais primitivos/animalescos), conhecidas na psicanálise junguiana como “Sombra”.

Esta visão, vinda de um sacerdote religioso, realmente me surpreendeu, e creio eu que seria interessante para seus posts colocar como algumas vertentes da psicanálise entendem a(s) divindade(s).
 
http://www.atoouefeito.com.br/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Cursin rapidim pra adevogadu...

CURSO RELÂMPAGO PRA SER DEVOGADO


Faça Direito em 1 minuto

Você lê uma sentença no Diário da Justiça e fica completamente perdido? Acha a linguagem forense de outro planeta?

Então, “seus probremas acabaro”: Tradução dos importantes dialetos jurídicos para a língua dos mano!

1 - Princípio da iniciativa das partes - ‘faz a sua que eu faço a minha’..

2 - Princípio da fungibilidade - ’só tem tu, vai tu mesmo’ (parte da doutrina e da jurisprudência entende como sendo ‘quem não tem cão caça com gato’).

3 - Sucumbência - ‘a casa caiu !!!’, ‘o tambor girou pro seu lado’

4 - Legítima defesa - ‘tomou, levou’.

5 - Legítima defesa de terceiro - ‘deu no mano, leva na oreia’.

6 - Legítima defesa putativa - ‘foi mal’.

7 - Oposição - ’sai batido que o barato é meu’.

8 - Nomeação à autoria - ‘vou cagoetar todo mundo’.

9 - Chamamento ao processo - ‘o maluco ali também deve’.

10 - Assistência - ‘então brother, é nóis.’

11 - Direito de apelar em liberdade - ‘fui!’ (parte da doutrina entende como ’só se for agora’).

12 - Princípio do contraditório - ‘agora é eu’.

13 - Revelia, preclusão, perempção, prescrição e decadência - ‘camarão que dorme a onda leva’ .

14 - Honorários advocatícios - ‘cada um com seus pobrema’.

15 - Co-autoria, e litisconsórcio passivo - ‘passarinho que acompanha morcego dá de cara com muro’,

16 - Reconvenção - ‘tá louco, mermão. A culpa é sua’.

17 - Comoriência - ‘um pipoco pra dois’ ou ‘dois coelhos com uma paulada só′.

18 - Preparo - ‘então…, deixa uma merrequinha aí.’

19 - Deserção - ‘deixa quieto’.

20 - Recurso adesivo - ‘vou no vácuo’.

21 - Sigilo profissional - ‘na miúda, só entre a gente’.

22 - Estelionato - ‘malandro é malandro, e mané é mané’..

23 - Falso testemunho - ‘X nove…’.

24 - Reincidência - ‘porra mermão, de novo?’.

25 - Investigação de paternidade - ‘toma que o filho é teu’.

26 - Execução de alimentos - ‘quem não chora não mama’.

27 - Res nullius - ‘achado não é roubado’.

28 - De cujus - ‘presunto’.

29 - Despejo coercitivo - ’sai batido’.

30 - Usucapião - ‘tá dominado, tá tudo dominado’.

Pronto, agora você não precisa fazer 5 anos de faculdade!

Agradecimentos : largadoemguarapari

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Da Série: notícias requentadas

O cônsul do Haiti no Brasil, George Samuel Antoine, atribuiu o terremoto de terça-feira “à macumba” e disse que a tragédia “está sendo uma boa” para os haitianos. As declarações foram exibidas na noite de quinta-feira em uma reportagem do “SBT Brasil” (abaixo). O diplomata não sabia que estava sendo filmado.


“A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido” (sic), disse Antoine para um funcionário da representação diplomática que estava a seu lado. “Acho que, de tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo… O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f…”, completou.

Segundo a reportagem, o cônsul possui mais de 100 parentes no Haiti e ainda não tem notícias deles. Após as frases infelizes, já durante a entrevista, Antoine segura um terço nas mãos. “Esse terço nós usamos porque dá energia positiva, acalma as pessoas. Como eu estou muito tenso, deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se aclamar” (sic).

Up in the Air - Amor sem Escalas....

Pegando carona no assunto sobre trabalho falado anteriormente por Lya Luft,esse filme é muito bom -parece até meio auto-biográfico de George Clooney ( um solteirão convicto ) - mas o importante é sobre o que trata o filme  sobra a nossa relação com as pessoas e a importância dada por nós ao nosso trabalho.
Leia a sinopse:
AMOR SEM ESCALAS

Título original:
Up in the Air
Duração:
109 minutos (1 hora e 49 minutos)
Gênero:
Comédia / Drama
Direção:
Jason Reitman
Ano: 2010
País de origem: USA

Ryan Bigham (George Clooney), é um especialista em redução de pessoal corporativo cuja adorada vida repleta de viagens é ameaçada justamente quando ele está perto de atingir dez milhões de milhas como viajante frequente e logo depois que ele conhece a mulher de seus sonhos, que também é viajante frequente
Elenco:


George Clooney ... Ryan Bingham

Vera Farmiga ... Alex

Anna Kendrick ... Natalie

Jason Bateman ... Craig Gregory

Danny McBride ... Jim

Melanie Lynskey ... Julie Bingham

Roberto Pompeu de Toledo...sobre Zilda Arns

Pegando carona nessa mesma edição de Veja...um pouco atrasado o post,mas uma justa homenagem ( Zilda Arns) fazendo das palavras do Roberto Pompeu as minhas....

"Zilda Arns era contra a cesta básica. Achava-a humilhante



e de presença incerta. Optou por ensinar como proporcionar


uma boa dieta com recursos escassos"


A doutora Zilda Arns fez tudo ao contrário de como costumam ser feitos os programas de políticas públicas no Brasil. Não chamou o marqueteiro, como providência inaugural dos trabalhos. Não engendrou uma generosa burocracia, capaz de proporcionar bons e agradáveis empregos. Não ofereceu contratos milionários aos prestadores de serviço. Sobretudo, não anunciou o programa e, com o simples anúncio, deu a coisa por feita e resolvida. Milagre dos milagres, Zilda Arns, que morreu na semana passada, no terremoto do Haiti, aos 75 anos, realmente fez. Se o Brasil teve uma redução significativa nos níveis de mortalidade e desnutrição infantil, nas últimas décadas, isso se deve em primeiro lugar à Pastoral da Criança, criada e administrada por ela, com apoio da Igreja Católica, e aos exemplos que semeou.

O índice de mortalidade infantil no Brasil andava pelos 82,8 mortos por 1 000 nascidos vivos, em 1982, quando Zilda foi convocada pelo irmão, o cardeal Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, a pôr sua experiência de médica pediatra e sanitarista a serviço de um programa de combate ao problema. Hoje está em 23,3 por 1 000. Nas áreas com atuação direta da Pastoral da Criança - são 42 000 comunidades pobres, espalhadas por 4 000 municípios brasileiros - está em 13 por 1 000. O que mais espanta, na obra de Zilda, é o contraste entre a eficácia dos resultados e a simplicidade dos métodos. Nada de grandiosos aparatos, nada de invencionices. A partir da gestão do hoje governador José Serra no Ministério da Saúde, ela passou a contar com forte apoio governamental. Mas suas ferramentas básicas continuaram as mesmas:



• O sorinho e a multimistura. O soro caseiro feito de água, açúcar e sal foi o grande segredo no combate à desidratação, por muito tempo a maior causa de mortalidade infantil no Brasil. A multimistura feita de casca de ovo, arroz, milho, semente de abóbora e outros ingredientes singelos foi, e continua sendo, a arma contra a desnutrição. Zilda Arns era contra a cesta básica. Achava-a humilhante, para quem a recebia, e de presença incerta. Optou por ensinar como proporcionar uma boa dieta com recursos escassos.

• A multiplicação da boa vontade. A ordem era ensinar e fazer com que os que aprendiam passassem também a ensinar. A Pastoral da Criança conta hoje 260 000 voluntários.

• O trabalho e a persistência. Se fosse só ensinar a tomar o sorinho ou a multimistura e ir embora, seria repetir outro padrão das políticas públicas à brasileira. Cabe ao voluntariado fazer uma visita por mês às famílias assistidas. Um instrumento imprescindível nessas ocasiões é a balança, para medir a evolução da criança.

• A escora da índole feminina. Noventa e dois por cento do voluntariado da Pastoral da Criança é constituído por mulheres. Uma tarefa dessas é séria demais para ser deixada por conta dos homens. A mulher é muito mais confiável quando se mexe com assunto situado nos extremos da existência, como são os cuidados com o nascimento e a morte, a saúde e a doença.

Zilda Arns conduziu-se por uma estratégia baseada na sabedoria antiga e na vontade de fazer, nada mais do que isso. É paradoxal dizer isso de uma pessoa tão religiosa, mas não houve milagres na sua ação. A menos que se considere um milagre a presença dessa coisa chamada amor como motor, tanto dela como das pessoas em quem ela inoculava o mesmo vírus. Vai ver, ela diria isso. Vai ver, isso foi importante, mesmo.

O escritor Saul Bellow conta que, certa vez, passeava de bote num rio infestado de jacarés quando começou a ficar apavorado. Não era tanto a morte que o apavorava. Era o necrológio: "Morreu ontem, devorado por jacarés…". Zilda Arns está condenada ao necrológio: "Morreu de terremoto, no Haiti". Não é esdrúxulo como ser devorado por um jacaré. Também não é raro como cair no poço do elevador, como a atriz Anecy Rocha, irmã de Glauber, ou ser tragado pela boca do Vesúvio, como o republicano histórico Silva Jardim. Mas é raro para um brasileiro, em cujo território não ocorrem terremotos de proporções mortais, e chocante como são as mortes inesperadas, provocadas por acidentes. Zilda Arns, como Anecy Rocha e Silva Jardim, morreu em circunstâncias do tipo que nunca se esquece. Mas, também, em circunstâncias que lhe coroam a vida. Estava no Haiti para, em contato com religiosos locais, propagar a metodologia da Pastoral da Criança. Morreu em combate.

Veja Edição 2143 - ano 43 - numero 3 - 20 de Janeiro de 2010.