Cruz: o símbolo macabro do cristianismo
Publicado em 02/11/2010 por Barros
Crucificação vem do latin crucifixio [crux = cruz + o verbo figere
= fixar, prender].* Foi o método de execução adotado pelo império
romano, para punir crimes cometidos pelos escravos, desde o século seis
antes de Cristo até o ano de 337 da era cristã, quando o imperador
Constantino I aboliu esse tipo de execução, justamente por causa da
veneração bizarra que um número crescente de seguidores de uma nova
seita passaram a demonstrar por esse horripilante instrumento de
tortura.
A
pena de morte por crucificação era uma punição duríssima, pois a
sentença antecipava ao réu não só que ele perderia a vida, mas que a
sentiria se esvair lentamente, até o ponto em que seu corpo não
conseguisse mais suportar justamente aquilo que todo organismo mais
evita: a dor. E não seria uma dor inesperada e letal, mas uma dor
agendada, que, uma vez tendo início, seria constante, inimaginavelmente
intensa e deliberadamente infligida por mãos adestradas na técnica de
impor o máximo de sofrimento pelo maior tempo possível.
O
processo de execução começava com o criminoso sendo despojado de suas
vestes e preso a uma coluna, para ser submetido ao flagelo, que era o
açoite feito com um chicote especialmente confeccionado para esse fim.
Depois o condenado era amarrado de braços abertos a uma cruz de madeira (ou a uma árvore),
onde era deixado para morrer. Ali, enquanto sentia por todo o corpo a
dor excruciante que o flagelo lhe havia causado, o enfraquecimento
provocado pela perda de sangue e pelo sofrimento prolongado fazia o
crucificado esmorecer sobre suas pernas presas e, não mais podendo
suster-se de pé na cruz, ficar completamente pendurado pelos braços, com
o peso do corpo a comprimir-lhe o diafragma, até não mais conseguir
manter a respiração e morrer por asfixia.
As
execuções tinham início no meio da tarde e se estendiam até o
pôr-do-sol, uma vez que, como ditava a tradição, o executado não poderia
permanecer na cruz durante a noite, pois acreditava-se que isso
contaminaria a terra com a maldição que havia caído sobre o
morto. Quando ocorria do crucificado ainda estar vivo pela hora do
crepúsculo, os soldados romanos lhe quebravam as pernas para acelerar o
processo.
A
crucificação raramente era feita pregando-se o réu à cruz, mas quando
esse sofrimento adicional lhe era imposto, fazia-se necessário
providenciar um apoio em que o crucificado pudesse se manter sentado.
Não fosse esse artifício, a morte viria rápida demais e a punição seria
considerada branda. Tendo o peso do corpo sustentado por esse tipo de
banquinho, o expediente de quebrar as pernas do criminoso para acelerar a
morte por asfixia não surtia efeito. Assim, no caso de chegar a noite, o
condenado que ainda resistisse vivo era violentamente espetado por
espadas e lanças, ali mesmo na cruz, até que parasse de se estrebuchar a
cada nova estocada, o que atestaria a sua morte.
Se Jesus Cristo foi mesmo executado por crucificação há dois mil anos, três coisas podem ser ditas seguramente sobre ele.
A
primeira, que ele deve ter cometido um crime compatível com a sentença
de morte recebida, o que, obviamente, foi omitido dos textos sagrados do
cristianismo. Blasfêmia, por dizer-se filho de Deus ou por ameaçar o
poder e posição dos sacerdotes e fariseus, não seria motivo suficiente
para ser morto por crucificação, visto que Jesus estaria afrontando a
lei dos hebreus, não a de Roma; e o governador local não iria querer
gastar o seu latin com um bando de arruaceiros de um povo subjugado
reclamando que alguém havia blasfemado contra o Deus deles. Os romanos,
que tinham dezenas e dezenas de deuses, talvez mesmo só tivessem ficado
perplexos ante a falta de fé que aquela gente demonstrava em relação ao
seu próprio Deus, não deixando nas mãos dele a vingança pela blasfêmia
recebida, como eles, certamente, teriam deixado.
A
segunda, que ele sofreu de uma forma inimaginável antes de morrer. Eu,
particularmente, lamento muito por ele e pelo fato de nossa espécie ter
cometido, como ainda comete, tantos atos de barbárie contra si, e mesmo
contra outras formas de vida.
E
a terceira, que, independentemente do que Jesus achava que era, ou do
que as pessoas que escreveram os Evangelhos achavam que ele era;
independentemente do que tenham escrito, dezenas de anos depois, sobre o
que ocorreu após sua morte, Jesus de Nazaré morreu naquela cruz e ainda
continua morto.
É
certo, também, que é impossível ignorar a multidão que diz esperar a
volta do mais famoso finado de que se tem notícia. A esses eu só tenho
uma coisa a dizer: vão continuar esperando.
*Fonte: Wikipedia.
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