"Há mais no ateísmo do que a simples negação de uma afirmação: ele é na verdade baseado em uma atitude científica que valoriza a evidência e a razão, que rejeita afirmações baseadas somente em autoridade e que encoraja uma exploração mais profunda do mundo. Meu ateísmo não é somente uma negativa de deuses, mas é baseada em todo um conjunto de valores positivos que eu enfatizo quando falo sobre ateísmo. Aquele lance de negar a existência de Deus? É uma consequência, e não uma causa" - Myers(2011)
sexta-feira, 29 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
Perguntar não ofende.
Mas com essa pergunta eu me ofendi,um pouco...quer dizer,muito.Falando igual aos caras da CPMI:pela ordem,Sr. relator...
Primeiro - Por quê o amiguinho viadinho dessa menina,quer ficar com o c%zinho apertado,de novo...só prá rasgá-lo,de novo ?!
Segundo - Talvez se costurasse esse ânus (deixa de frescura..é CU,mesmo) depois de uma semana sem cagar,talvez descobrisse a real utilidade do próprio....
Terceiro - A minha esperança é que tal ÂNUS ( Cu mesmo,deixa de frescura...) seja o dela.
Tim Minchin - I Love Jesus e mais um pouquinho !!!!
Tem horas que eu penso que Deus é bipolar.Ele te ama mas,dependendo do dia, ele pode mandar um dilúvio,chuva de enxofre...sei lá.Muito estranho !
Chutando o RACISMO...literalmente !!!
Final, dois jogos entre Fenerbahce e Trabzonspor. No primeiro, uma
ofensa grave de Emre ao negro Zokora, que foi tirar satisfações por
conta de uma falta. No segundo jogo, a ideia da Fifa de chutar o racismo
foi levada ao pé da letra.
sábado, 16 de junho de 2012
Nunca,mas nunca mesmo,estrague a roupa de uma mulher !!
" Na próxima rasgue a coleção de revistas Playboy ou arranhe o carro dele.Aí ,você vai ver um cara nervoso"
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Precisamos Falar Sobre o Kevin: história trágica e densa sobre mãe e filho.
Longa baseado em romance norte-americano é estrelado por Tilda Swinton, que interpreta uma mãe assombrada por episódio trágico envolvendo o filho primogênito.
Para quem foge de informações cruciais sobre um filme, respeitarei a vontade dos mesmos e não entregarei o cerne da trama de “Precisamos Falar Sobre o Kevin”, obra baseada no romance homônimo escrito em 2003 pela norte-americana Lionel Shriver. Afinal, àqueles que não leram o livro, recomendo que mantenham-se longe até mesmo de informações da sinopse do IMDb (The Internet Movie Database), que entrega em três linhas o resultado final de 112 minutos de uma história que é um soco de mão cheia na boca do estômago.
O filme começa com a situação atual de Eva Khatchadourian (Tilda Swinton, sempre ótima), uma mulher em depressão, desempregada, vivendo sozinha sem rumo em uma casa de uma pequena cidade, onde sofre com o ódio de alguns moradores. Nesse ambiente tedioso e extremamente melancólico, vemos o cotidiano de Eva se costurar, por meio de flashbacks, com um passado não tão distante.
Casada com Franklin (John C. Reilly), ela dá à luz a Kevin, o primogênito da família, que gera conflito entre mãe/filho desde o berço. A relação entre os dois permeia todo o filme, até atingir o ápice na adolescência do garoto, muito bem interpretado pelo jovem Ezra Miller. O nascimento da doce Celia (Ashley Gerasimovich) vem complicar ainda mais a convivência de Eva com Kevin, que se mostra um filho exemplar para o pai, indiferente diante das tentativas da esposa de alertá-lo com relação às maldades do adolescente. O título do livro/filme, assim, não poderia ser mais adequado.
Em uma edição primorosa, que entrega em doses homeopáticas as peças deste quebra-cabeça tenso e mórbido, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” tem um tom de suspense crescente e constante. Por vezes fantasmagórico, prende o espectador na cadeira o tempo todo graças à diretora Lynne Ramsay (que também adaptou a obra para a telona em parceria com Rory Kinnear), que conduz a dupla Tilda Swinton e Ezra Miller com competência louvável, aproveitando ao máximo os olhares e os silêncios – que não são poucos e funcionam muito bem. Não é à toa que Ramsay disputou a Palma de Ouro de Melhor Direção no Festival de Cannes 2011, perdendo para Nicolas Wind Refn, diretor do ainda inédito “Drive”.
Da fotografia confortante que alterna entre amarelo e vermelho dos momentos em família às caóticas imagens fora de foco e de movimentos bruscos que retratam a opaca existência atual de Eva, o longa se posiciona em flashes da mente perturbada de Eva, em que as lembranças perturbadoras casam com a frieza natural e temerosa da figura de Tilda. Ela, vencedora do National Board of Review e indicada ao Screen Actors Guild (SAG), Bafta e Globo de Ouro, ficou de fora na corrida pelo Oscar, que cedeu a já esperada vaga a Rooney Mara, de “Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres“.
Simbologia clara à Eva bíblica, em uma analogia cristã à “mãe de todos nós”, embora o filme não se embrenhe no campo religioso, a personagem carrega uma culpa dilacerante como uma mãe e como um ser humano prestes a explodir, como se sobreviver já se tratasse de um esforço superior ao que poucos seriam capazes de suportar após o grande trauma que a assola.
E nestes lapsos mostrando a trama em migalhas, como se estivesse em um pesadelo, deixamos com que nossa imaginação, mais cruel que a própria realidade, nos surpreenda e nos entregue o tão pesado epílogo. Brutal, cruel e sincero ao extremo, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” prova que, entre tantas histórias da ficção que justificam a maldade, ela pode ser tão natural como o aquele pecado cometido pela Eva original e seu Adão no tal grande livro escrito há quase dois mil anos.
Léo Freitas formou-se em Jornalismo em 2008 pela Universidade Anhembi Morumbi. Cinéfilo desde a adolescência e apaixonado por cinema europeu, escreve sobre cinema desde 2009. Atualmente é correspondente do CCR em São Paulo e desejaria que o dia tivesse 72 horas para consumir tudo que a capital paulista oferece culturalmente.
FONTE: Cinemacomrapadura.com.br
Trailer legendado
Excelente filme - perturbador mesmo !!!!
Para quem foge de informações cruciais sobre um filme, respeitarei a vontade dos mesmos e não entregarei o cerne da trama de “Precisamos Falar Sobre o Kevin”, obra baseada no romance homônimo escrito em 2003 pela norte-americana Lionel Shriver. Afinal, àqueles que não leram o livro, recomendo que mantenham-se longe até mesmo de informações da sinopse do IMDb (The Internet Movie Database), que entrega em três linhas o resultado final de 112 minutos de uma história que é um soco de mão cheia na boca do estômago.
O filme começa com a situação atual de Eva Khatchadourian (Tilda Swinton, sempre ótima), uma mulher em depressão, desempregada, vivendo sozinha sem rumo em uma casa de uma pequena cidade, onde sofre com o ódio de alguns moradores. Nesse ambiente tedioso e extremamente melancólico, vemos o cotidiano de Eva se costurar, por meio de flashbacks, com um passado não tão distante.
Casada com Franklin (John C. Reilly), ela dá à luz a Kevin, o primogênito da família, que gera conflito entre mãe/filho desde o berço. A relação entre os dois permeia todo o filme, até atingir o ápice na adolescência do garoto, muito bem interpretado pelo jovem Ezra Miller. O nascimento da doce Celia (Ashley Gerasimovich) vem complicar ainda mais a convivência de Eva com Kevin, que se mostra um filho exemplar para o pai, indiferente diante das tentativas da esposa de alertá-lo com relação às maldades do adolescente. O título do livro/filme, assim, não poderia ser mais adequado.
Em uma edição primorosa, que entrega em doses homeopáticas as peças deste quebra-cabeça tenso e mórbido, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” tem um tom de suspense crescente e constante. Por vezes fantasmagórico, prende o espectador na cadeira o tempo todo graças à diretora Lynne Ramsay (que também adaptou a obra para a telona em parceria com Rory Kinnear), que conduz a dupla Tilda Swinton e Ezra Miller com competência louvável, aproveitando ao máximo os olhares e os silêncios – que não são poucos e funcionam muito bem. Não é à toa que Ramsay disputou a Palma de Ouro de Melhor Direção no Festival de Cannes 2011, perdendo para Nicolas Wind Refn, diretor do ainda inédito “Drive”.
Da fotografia confortante que alterna entre amarelo e vermelho dos momentos em família às caóticas imagens fora de foco e de movimentos bruscos que retratam a opaca existência atual de Eva, o longa se posiciona em flashes da mente perturbada de Eva, em que as lembranças perturbadoras casam com a frieza natural e temerosa da figura de Tilda. Ela, vencedora do National Board of Review e indicada ao Screen Actors Guild (SAG), Bafta e Globo de Ouro, ficou de fora na corrida pelo Oscar, que cedeu a já esperada vaga a Rooney Mara, de “Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres“.
Simbologia clara à Eva bíblica, em uma analogia cristã à “mãe de todos nós”, embora o filme não se embrenhe no campo religioso, a personagem carrega uma culpa dilacerante como uma mãe e como um ser humano prestes a explodir, como se sobreviver já se tratasse de um esforço superior ao que poucos seriam capazes de suportar após o grande trauma que a assola.
E nestes lapsos mostrando a trama em migalhas, como se estivesse em um pesadelo, deixamos com que nossa imaginação, mais cruel que a própria realidade, nos surpreenda e nos entregue o tão pesado epílogo. Brutal, cruel e sincero ao extremo, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” prova que, entre tantas histórias da ficção que justificam a maldade, ela pode ser tão natural como o aquele pecado cometido pela Eva original e seu Adão no tal grande livro escrito há quase dois mil anos.
Léo Freitas formou-se em Jornalismo em 2008 pela Universidade Anhembi Morumbi. Cinéfilo desde a adolescência e apaixonado por cinema europeu, escreve sobre cinema desde 2009. Atualmente é correspondente do CCR em São Paulo e desejaria que o dia tivesse 72 horas para consumir tudo que a capital paulista oferece culturalmente.
FONTE: Cinemacomrapadura.com.br
Trailer legendado
Excelente filme - perturbador mesmo !!!!
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Auto Escola do Rubinho
E só uma dica: assista ao vídeo até o fim. Quando você achar que acabou e que nada mais vai dar errado…
quarta-feira, 13 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Piadas velhas,mas boas !!
Uma professora universitária estava acabando de dar as últimas
orientações para os alunos acerca da prova final que ocorreria no dia
seguinte. Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de
nenhum aluno,com exceção de um grave ferimento, doença ou a morte de
algum parente próximo. Um engraçadinho que sentava no fundo da classe,
perguntou com aquele velho ar de cinismo:
- Dentre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por atividade sexual?
A classe explodiu em gargalhadas, com a professora aguardando pacientemente que o silêncio fosse restabelecido. Tão logo isso ocorreu,ela olhou para o palhaço e respondeu:
- Isto não é um motivo justificado. Como a prova será em forma de múltipla escolha, você pode vir para a classe e escrever com a outra mão… ou, se não puder sentar-se, pode respondê-la em pé.
********************************************************************
A Bastiana, esposa de Zé do Leite , ia pela rua de Ouricuri, em Pernambuco, quando cruzou com o sacerdote.
O padre disse-lhe:
- Bom dia. Por acaso você não é a Bastiana, a quem casei há dois anos
na minha antiga diocese, Bodocó?
Ela respondeu:
- Sim, padre, sou eu mesma!
O sacerdote perguntou:
- Mas não me lembro de ter batizado um filho seu. Não teve nenhum?
Ela respondeu:
- Não, padre, ainda não.
O padre disse:
- Bem, na próxima semana viajo para Roma. Por isso, se você quiser, acendo lá uma vela por você e por seu marido, para que recebam a bênção de poder ter filhos.
Ela respondeu:
- Oh! Padre, muito obrigada, ficaremos ambos muito gratos!
Alguns anos mais tarde encontraram-se novamente. O sacerdote, já ancião, perguntou:
- Bom dia, Bastiana. Como está agora? Já teve filhos?
Ela respondeu:
- Oh, sim, padre, 3 pares de gêmeos e mais 4… No total 10! Indo para
o décimo-primeiro!
Disse o padre:
- Bendito seja o Senhor! Que maravilha! E onde está o seu marido?
- Está a caminho de Roma, para ver se apaga a porra da vela!
Largado em Guarapari
***
- Dentre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por atividade sexual?
A classe explodiu em gargalhadas, com a professora aguardando pacientemente que o silêncio fosse restabelecido. Tão logo isso ocorreu,ela olhou para o palhaço e respondeu:
- Isto não é um motivo justificado. Como a prova será em forma de múltipla escolha, você pode vir para a classe e escrever com a outra mão… ou, se não puder sentar-se, pode respondê-la em pé.
********************************************************************
A Bastiana, esposa de Zé do Leite , ia pela rua de Ouricuri, em Pernambuco, quando cruzou com o sacerdote.
O padre disse-lhe:
- Bom dia. Por acaso você não é a Bastiana, a quem casei há dois anos
na minha antiga diocese, Bodocó?
Ela respondeu:
- Sim, padre, sou eu mesma!
O sacerdote perguntou:
- Mas não me lembro de ter batizado um filho seu. Não teve nenhum?
Ela respondeu:
- Não, padre, ainda não.
O padre disse:
- Bem, na próxima semana viajo para Roma. Por isso, se você quiser, acendo lá uma vela por você e por seu marido, para que recebam a bênção de poder ter filhos.
Ela respondeu:
- Oh! Padre, muito obrigada, ficaremos ambos muito gratos!
Alguns anos mais tarde encontraram-se novamente. O sacerdote, já ancião, perguntou:
- Bom dia, Bastiana. Como está agora? Já teve filhos?
Ela respondeu:
- Oh, sim, padre, 3 pares de gêmeos e mais 4… No total 10! Indo para
o décimo-primeiro!
Disse o padre:
- Bendito seja o Senhor! Que maravilha! E onde está o seu marido?
- Está a caminho de Roma, para ver se apaga a porra da vela!
Largado em Guarapari
***
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Neoateísmo e os erros mais comuns
Autor: Robson Fernando de Souza
Fonte: Consciencia.blog.br
Editor: Alex Rodrigues


Fonte: Consciencia.blog.br
Editor: Alex Rodrigues
Pode-se perceber que, desde o ano
passado, vem crescendo enormemente, ao menos no Brasil, o movimento
ateísta na internet, que ora luta pelo respeito aos direitos e à
dignidade dos ateus por parte da parcela teísta da sociedade, ora se
investe em criticar as religiões em seus fundamentos filosóficos, morais
e práticos. Mas uma parcela notável dessa militância tem se enveredado
num caminho, baseado no vale-tudo para desqualificar as crenças das
pessoas, que é justamente contraproducente a esses dois propósitos.
Os
ateus cobram respeito ao restante da sociedade, mas parte significativa
deles está fazendo muito para desmerecê-lo. Críticas difamatórias,
reducionistas e falaciosas às religiões em geral; ataques
preconceituosos às mesmas e mesmo blasfêmias gratuitas injustificáveis
acabam desmoralizando a categoria ateísta e deslegitimando o propósito
do estabelecimento de uma cultura de respeito mútuo às diferenças.
É
perceptível, aliás, que muitos descrentes querem não estabelecer essa
cultura tolerante, mas sim transformar toda as pessoas em ateus e ateias
e tornar as religiões algo pertencente ao passado. São os chamados
neoateus, que investem boa parte de suas horas de internet para dirigir
críticas, muitas delas bastante pesadas, às crenças religiosas em geral.
Muitas
dessas críticas são válidas quando questionam, por exemplo, versículos
moralmente questionáveis da Bíblia e do Corão e repudiam as tantas
violências e ameaças de retrocesso ético perpetradas ao longo dos
séculos e na atualidade em nome do Deus monoteísta. Mas perdem a razão
quando passam a usar de reducionismos e falácias para desqualificar
todas as religiões.
Esses vícios
argumentativos são bem visíveis naquelas imagens-panfleto,
compartilhadas no Facebook, que tentam estabelecer dicotomias entre
religião (genericamente falando) e ateísmo; mundo com religiões e mundo
sem religiões; religião e ciência; etc. Diversas dessas figuras já foram criticadas no Consciencia.blog.br.
Comete-se ali a falácia dupla de inversão do acidente e generalização apressada, ao tornar todas as
religiões – incluídas também as vertentes liberais das religiões
abraâmicas, as religiões-filosofias orientais de caminho, as tão
diversificadas religiões pagãs e neopagãs, as crenças monoteístas não
abraâmicas (como a Fé Bahá’i, o sikhismo e o espiritismo), as crenças
espirituais autóctones (o que inclui espiritualismos indígenas e as
religiões populares chinesa e africanas), o xamanismo, o animismo e os
sincretismos – exatamente similares às correntes fundamentalistas
cristãs, judaicas e islâmicas.
Além
disso, são cometidos erros crassos de História e Sociologia, ao se
insistir em reproduzir as já refutadas crenças iluministas de que a
Idade Média teria sido uma “Idade das Trevas” de completa estagnação
científica e tecnológica na Europa e que a substituição completa da
religiosidade e da espiritualidade pela Razão e pela Ciência traria
felicidade e progresso à humanidade; ignorar que o Império Islâmico
medieval vivenciou importantes avanços científicos e protegeu obras
filosóficas da Europa Antiga; omitir que as religiões em geral continuam
tendo uma importância filosófica – tendo destaque as religiões
orientais de dharma –; generalizar àquela religião em todas as
suas denominações o fundamentalismo de apenas uma porção de suas
vertentes; passar adiante a mentira de que a ciência e sabedoria antigas
teriam sido totalmente destruídas na Idade Média europeia; entre tantos
outros erros.
E isso sem falar na
total falta de senso antropológico por parte de grande porção dos
neoateus, ao não reconhecerem as importâncias gnosiológicas das
religiões – que existem em campos do conhecimento humano diferentes da
Ciência e da Engenharia, como a Cultura, a Mitologia e parte da
Psicologia e da Filosofia – e não tentarem entender por que as pessoas
continuam religiosas e apegadas aos velhos folclores – ou mesmo aderem a
outras religiões depois de se desiludirem com aquelas de onde vieram –
apesar de todos os avanços da Ciência, do secularismo e da expansão da
literatura racionalista.
O
deus hindu Ganesha é desrespeitado ao ser comparado a uma aberração
genética. Imagem reproduzida do Facebook, de autoria anônima.
E
um outro ponto muito grave da militância neoateísta que se tem
observado é a recorrência aos puros insultos e blasfêmias, tratando as
religiões em geral como puros rejeitos ideológicos, escarnecendo de
figuras de deuses e santos, substituindo o nome de Deus por de
personagens de desenhos animados (mais notadamente Goku, da franquia
japonesa Dragon Ball), entre outras evidentes ofensas.
Afirmam
os integrantes dessa modalidade de militância ateísta: “Respeitamos
pessoas, e não crenças”. Essa frase faz sentido quando a intenção do
indivíduo ou do movimento como um todo é criticar as “verdades” trazidas
pelas religiões, ainda mais aquelas que conflitam com o nosso contexto
ético-moral, e negá-las enquanto dogmas que não deveriam ser
questionados. Mas perde a razão quando é usada no propósito do
achincalhamento gratuito das crenças.
Queiram
ou não os ateus, as pessoas afetadas quando, por exemplo, veem a figura
de Jesus escarnecida acreditam na(s) divindade(s) profanada(s). E isso
ofende não tanto a elas próprias, mas, em sua mentalidade, à(s)
divindade(s) ofendida(s). E ofender uma divindade lhes é ainda pior do
que desrespeitar a própria família delas. Mas isso acaba não passando
pela cabeça daqueles que insistem em comparar Jesus a Goku ou chamar
Ganesha de aberração genética. Porque não tentam entender a lógica de
pensamento dos religiosos.
Tamanha
agressividade parece ser o revide a décadas ou mesmo séculos de
perseguição religiosa. Pensam os ateus militantes: se os religiosos em
sua maioria passaram esse tempo todo nos desrespeitando, eles merecem
levar o troco. Parte-se para uma política de vingança, para, numa
catarse coletiva, descontar tudo o que foi sofrido ao longo de anos de
discriminação.
Esse comportamento,
porém, é bastante irracional e deletério se percebermos que ele se
baseia mais numa sede vingativa; numa visão, como visto acima, enviesada
e preconceituosa das religiões e/ou na intenção de tornar a população
nacional totalmente ateia do que no próprio propósito de tornar os ateus
uma categoria plenamente aceita pelo restante da sociedade.
O
meio ateísta deveria refletir sobre essas ações. Elas estão mais
prejudicando do que fortalecendo a reputação dos ateus. E tendem a
substituir os velhos motivos de preconceito – que seríamos depressivos,
amorais, tendentes ao crime e de vida vazia – por novos – que os ateus
seriam odiadores de religiões e intolerantes contra as crenças das
pessoas, desejariam a destruição de todos os sistemas de crença
espiritual e costumariam recorrer à mentira e à blasfêmia para
desqualificar as religiões.
E tudo o
que os ateus menos querem é continuar sendo vítimas de preconceito e
discriminação e o serem por ainda mais motivos do que os atuais. Se
realmente têm o combate à ateofobia, ao invés da conversão generalizada
das pessoas ao ateísmo, como prioridade, terão que rever suas práticas
relativas a falar de religiões e deuses.
Nessa
imagem, que tem autoria mas ela foi apagada para impessoalizar minha
crítica, diversas religiões são rebaixadas a rejeito ideológico que
"arruinaria a mente" das pessoas e "sujaria" o planeta. Despreza-se a
riqueza filosófica e cultural presente nas crenças simbolizadas na
figura e propaga-se assim o mito preconceituoso de que uma pessoa sem
religião seria mais "avançada", "madura" ou "evoluída" do que um
religioso.
Por exemplo:
Essa imagem de cunho neoateísta que destila diversos preconceitos e falácias contra o universo das religiões, principalmente generalizando a todos os sistemas diferentes de crenças características das vertentes fundamentalistas do cristianismo. A figura em questão é dividida em sete partes, cada uma comentada por mim :
1. A situação de cleros manterem pessoas “nas trevas” se aplica apenas às teocracias governadas por religiões organizadas e às denominações religiosas fundamentalistas. Nada há no conceito antropológico de religião que mantenha seus adeptos na ignorância e sob um controle moral clerical.
Muitas religiões não abraâmicas e diversas denominações religiosas abraâmicas, pelo contrário, justamente dão luz ao pensamento das pessoas, sendo que pela via da retidão ética, do caminho para a iluminação espiritual, além de muitos ensinamentos carregados de sabedoria semiempírica de vida como no caso do taoísmo e do budismo.
A imagem usa a dicotomia metafórica trevas/luz para tratar de conhecimento e de liberdade de conhecimento, e, como dito acima, isso só faz sentido em denominações fundamentalistas. Se formos analisar por um olhar antropológico e livre dessa dicotomia, perceberemos que a luz é oferecida tanto pela ciência como pelas religiões, ainda que atuando cada uma em campos específicos do conhecimento humano.
2. Sabe-se hoje que eliminar agentes patogênicos não é papel da religião. Nossa sociedade secular pós-moderna, à exceção das denominações fundamentalistas, já não trata a religião como um faz-tudo a englobar desde regras de vestimenta até rituais de cura, mas sim, no caso das religiões moderadas, como um norte espiritual e filosófico. Mesmo que suas mitologias tenham pouco potencial de mutabilidade, as religiões podem sim mudar, e estão portanto mudando de função. E muitos religiosos já não veem suas crenças como remédios para doenças de ordem não psicológica.
3. Isso também se restringe às denominações religiosas fundamentalistas. E ignora que inúmeros religiosos, muitos deles clérigos, não tratavam conhecimento como heresia, como no caso de diversas personalidades medievais cristãs e muçulmanas. A religião em si não tem nada contra o conhecimento que foge às suas competências. Quem se opõe ao conhecimento e o considera “heresia” é o fundamentalismo religioso.
4. A mesma refutação da parte 2 se aplica aqui. Tem-se hoje cada vez mais ciência de que a religião não tem entre suas funções tratar doenças e amputações, mas sim questões espirituais, filosóficas e às vezes psicológicas.
5. Novamente, isso não é função da religião. Comete-se aqui uma falácia de falsa analogia misturada com falácia do espantalho, porque a religião nunca almejou a competência de fornecer tecnologias ao ser humano – embora já tivesse contribuído muito no passado inspirando avanços na Arquitetura e na Engenharia Civil.
6. Apenas algumas religiões possuem mitos de criação que falam que o ser humano veio do barro. O universo de religiões no seu geral diverge sobre a origem mitológica do ser humano, muitas delas, aliás, concordando com a ciência quando dizem que viemos do “pó” – que pode ser interpretado como pó de estrelas. Isso sem falar nas correntes que metaforizam a criação humana a partir do barro ou de outras fontes. Afirmar, com base nas religiões abraâmicas, que todas as religiões afirmam que o ser humano veio do barro é a chamada falácia de composição, que imputa ao todo uma propriedade da parte.
7. Essa parte ignora que muitas religiões não são obscurantistas a ponto de só enxergarem o que “querem”. Doutrinas religiosas como a espírita e a asatrú dão muito espaço para seus adeptos enxergarem aquilo que os fundadores ou os adeptos antigos não enxergavam. Pelo visto, essa última parte generaliza a todas as religiões a relativa imutabilidade gnosiológica das religiões reveladas, cometendo assim, tal como a parte 6, uma falácia de composição.
***
Faço o seguinte apelo aos ateus que têm o costume de compartilhar imagens-panfleto neoateístas: leiam Antropologia e História antes de pensarem em divulgar figuras que falem de “religião” sem especificar qual religião criticam ou que generalizem as características de vertentes fundamentalistas do cristianismo a todas as crenças religiosas. Ninguém de nós quer ser estigmatizado e preconceituado com mais um motivo entre tantos – além de “filhos do diabo”, “depressivos” e “amorais”, corremos, com a divulgação de imagens desse tipo, o risco de sermos considerados ignorantes e mentirosos em termos de conhecimento sobre religiões e, portanto, preconceituosos tanto quanto os religiosos fundamentalistas.
Quer aprender um pouco mais? Clique no Consciência.blog
Por Robson Fernando de Souza
Fonte:Bule Voador e Consciência.blog.br
Por exemplo:
Essa imagem de cunho neoateísta que destila diversos preconceitos e falácias contra o universo das religiões, principalmente generalizando a todos os sistemas diferentes de crenças características das vertentes fundamentalistas do cristianismo. A figura em questão é dividida em sete partes, cada uma comentada por mim :
1. A situação de cleros manterem pessoas “nas trevas” se aplica apenas às teocracias governadas por religiões organizadas e às denominações religiosas fundamentalistas. Nada há no conceito antropológico de religião que mantenha seus adeptos na ignorância e sob um controle moral clerical.
Muitas religiões não abraâmicas e diversas denominações religiosas abraâmicas, pelo contrário, justamente dão luz ao pensamento das pessoas, sendo que pela via da retidão ética, do caminho para a iluminação espiritual, além de muitos ensinamentos carregados de sabedoria semiempírica de vida como no caso do taoísmo e do budismo.
A imagem usa a dicotomia metafórica trevas/luz para tratar de conhecimento e de liberdade de conhecimento, e, como dito acima, isso só faz sentido em denominações fundamentalistas. Se formos analisar por um olhar antropológico e livre dessa dicotomia, perceberemos que a luz é oferecida tanto pela ciência como pelas religiões, ainda que atuando cada uma em campos específicos do conhecimento humano.
2. Sabe-se hoje que eliminar agentes patogênicos não é papel da religião. Nossa sociedade secular pós-moderna, à exceção das denominações fundamentalistas, já não trata a religião como um faz-tudo a englobar desde regras de vestimenta até rituais de cura, mas sim, no caso das religiões moderadas, como um norte espiritual e filosófico. Mesmo que suas mitologias tenham pouco potencial de mutabilidade, as religiões podem sim mudar, e estão portanto mudando de função. E muitos religiosos já não veem suas crenças como remédios para doenças de ordem não psicológica.
3. Isso também se restringe às denominações religiosas fundamentalistas. E ignora que inúmeros religiosos, muitos deles clérigos, não tratavam conhecimento como heresia, como no caso de diversas personalidades medievais cristãs e muçulmanas. A religião em si não tem nada contra o conhecimento que foge às suas competências. Quem se opõe ao conhecimento e o considera “heresia” é o fundamentalismo religioso.
4. A mesma refutação da parte 2 se aplica aqui. Tem-se hoje cada vez mais ciência de que a religião não tem entre suas funções tratar doenças e amputações, mas sim questões espirituais, filosóficas e às vezes psicológicas.
5. Novamente, isso não é função da religião. Comete-se aqui uma falácia de falsa analogia misturada com falácia do espantalho, porque a religião nunca almejou a competência de fornecer tecnologias ao ser humano – embora já tivesse contribuído muito no passado inspirando avanços na Arquitetura e na Engenharia Civil.
6. Apenas algumas religiões possuem mitos de criação que falam que o ser humano veio do barro. O universo de religiões no seu geral diverge sobre a origem mitológica do ser humano, muitas delas, aliás, concordando com a ciência quando dizem que viemos do “pó” – que pode ser interpretado como pó de estrelas. Isso sem falar nas correntes que metaforizam a criação humana a partir do barro ou de outras fontes. Afirmar, com base nas religiões abraâmicas, que todas as religiões afirmam que o ser humano veio do barro é a chamada falácia de composição, que imputa ao todo uma propriedade da parte.
7. Essa parte ignora que muitas religiões não são obscurantistas a ponto de só enxergarem o que “querem”. Doutrinas religiosas como a espírita e a asatrú dão muito espaço para seus adeptos enxergarem aquilo que os fundadores ou os adeptos antigos não enxergavam. Pelo visto, essa última parte generaliza a todas as religiões a relativa imutabilidade gnosiológica das religiões reveladas, cometendo assim, tal como a parte 6, uma falácia de composição.
***
Faço o seguinte apelo aos ateus que têm o costume de compartilhar imagens-panfleto neoateístas: leiam Antropologia e História antes de pensarem em divulgar figuras que falem de “religião” sem especificar qual religião criticam ou que generalizem as características de vertentes fundamentalistas do cristianismo a todas as crenças religiosas. Ninguém de nós quer ser estigmatizado e preconceituado com mais um motivo entre tantos – além de “filhos do diabo”, “depressivos” e “amorais”, corremos, com a divulgação de imagens desse tipo, o risco de sermos considerados ignorantes e mentirosos em termos de conhecimento sobre religiões e, portanto, preconceituosos tanto quanto os religiosos fundamentalistas.
Quer aprender um pouco mais? Clique no Consciência.blog
Por Robson Fernando de Souza
Fonte:Bule Voador e Consciência.blog.br
Existe um Deus artificial?
Fonte: Biota.org
Autoria: Douglas Adams (audio disponível aqui)
Tradução: Guilherme Balan
Em honra à memória de Douglas, o biota.org apresenta a transcrição de sua palestra no Digital Biota 2, realizada na Magdalene College Cambridge, em setembro de 1998. Eu gostaria de agradecer Steve Grand por nos fornecer esse texto. Douglas apresentou isso “de improviso”, o que só engrandece sua genialidade para nossos olhos – Bruce Damer
Fonte: Bule Voador
Autoria: Douglas Adams (audio disponível aqui)
Tradução: Guilherme Balan
Em honra à memória de Douglas, o biota.org apresenta a transcrição de sua palestra no Digital Biota 2, realizada na Magdalene College Cambridge, em setembro de 1998. Eu gostaria de agradecer Steve Grand por nos fornecer esse texto. Douglas apresentou isso “de improviso”, o que só engrandece sua genialidade para nossos olhos – Bruce Damer
Isso
foi originalmente anunciado como um debate só porque eu estava um pouco
ansioso para vir aqui. Eu não achava que ia ter tempo pra preparar algo
e também, em uma sala cheia de tantas notoriedades, eu pensei “o que
eu, como um amador, poderia ter pra falar?” Então, eu achei que ficaria
com um debate. Mas depois de passar uns dias aqui, eu percebi que vocês
são só um monte de caras! Eles têm sido repletos de ideias e eu mesmo
tive tantas falando e ouvindo tantas pessoas, que pensei que o que eu
devia fazer era um stand up e discutir e debater comigo mesmo.
Antes de embarcar no que eu quero tentar
abordar, deixe-me avisar que as coisas podem parecer meio perdidas
algumas vezes, porque tem bastante coisa que acabou de surgir por conta
do que eu tenho ouvido hoje, então se eu de repente começar: eu estava
falando pra alguém hoje mais cedo que eu tenho uma filha de quatro anos e
que era muito, muito interessante ver ela fazer a mesma cara de quando
ela estava nas suas primeiras duas ou três semanas de vida, percebendo
de repente o que ninguém perceberia em eras passadas: ela estava
reiniciando o sistema!
Eu só queria
mencionar uma coisa, que é completamente irrelevante, mas de que eu
tenho muito orgulho: eu nasci em Cambridge em 1952 e minhas iniciais são
D N A!
O tópico que eu quero
apresentar pra vocês essa noite, o assunto do debate que nós estamos
prestes a meio que não ter, é um pouco jocoso (vocês vão se surpreender,
mas veremos onde vamos chegar com isso): “Existe um Deus Artificial?”.
Acredito que a maioria das pessoas nesta sala vai ter a mesma opinião,
mas mesmo um ateu ‘requintado’ não poderia deixar de notar que o papel
que um deus teve um impacto tremendamente profundo na história humana
por muitos, muitos séculos. É bem interessante determinar de onde isso
veio e o que isso – no mundo científico moderno em que nós às vezes
temos esperança de que vivemos – realmente significa.LEIA MAIS:Fonte: Bule Voador
O acaso e a nossas vidas
Autor: Fernando Gurgel Filho
Editor: Tiago Angelo
1 – O que é “acaso”?
Editor: Tiago Angelo
1 – O que é “acaso”?
Segundo os
dicionários, acaso é “um conjunto de pequenas causas independentes entre
si, que se prendem a leis ignoradas ou mal conhecidas, e que determinam
um acontecimento qualquer”.
É de se
notar que, na definição de “acaso”, existe uma ligação direta entre
causa e efeito, causa e consequência e que, mesmo desconhecendo a causa,
esta foi determinante para o acontecimento.
Em
outras palavras, quando observamos a ocorrência de um fato, mas dizemos
que o “acaso” provocou, é porque não conhecemos a causa que foi
determinante para o acontecimento.
E
se o acaso puder ser definido de outra forma? Se definirmos o acaso como
a ausência de causa ou como algo que pode ter se originado de tantas
outras causas – nenhuma determinante em si mesma para a ocorrência e,
ainda, possivelmente sem nenhuma conexão entre si – e que podemos dizer
com certeza que não existe causa ou série causal que a determinou? É
possível?
Creio que sim e é isso que
ocorre em nossas vidas. Religiões, superstições, conhecimento,
relacionamentos, mandingas, simpatias, são apenas formas como tentamos
agir sobre nossas vidas esperando conseguir um resultado previsível.
Entretanto,
o resultado que pretendemos alcançar como, por exemplo, sucesso
profissional ou acertar na loteria, não está vinculado diretamente a
nenhum desses fatores e pode até ter sido determinado por fator nenhum.
Apenas aconteceu por mero acaso. E neste caso, estamos querendo dizer
que nenhuma causa foi determinante para o resultado alcançado.
Aí,
o nosso cérebro dá um nó, porque, a imensa maioria das pessoas, dentre
as quais podemos citar filósofos, cientistas e outros estudiosos,
rejeita a ideia da existência de um acontecimento sem uma causa que o
determinou. Seria algo como, em física, dizer que observamos uma reação
sem ter havido qualquer ação anterior.
2. Determinismo
Existe
corrente filosófica que rejeita veementemente a ideia de acaso. Para
esses pensadores não existe acaso. Assim, não existem causas
independentes e desconhecidas, existe apenas o desconhecimento do início
de onde se originou a causa. E, ainda segundo essa corrente, as
explicações estariam no início do Universo onde tudo o que aconteceu ou
acontecerá já teria sido determinado. Essa corrente de pensamento é
chamada de “determinista”.
Foi
Laplace quem deu a maior contribuição ao determinismo ao afirmar que,
não existindo o que chamamos de acaso, é possível achar explicação para
qualquer evento. Segundo ele, se existisse uma inteligência que pudesse
conhecer todas as forças que atuam ou que atuaram sobre o Universo desde
o seu nascimento, essa inteligência poderia explicar qualquer
acontecimento, mostrando suas causas. Poderia, também, predizer, a
partir de uma situação presente, tudo que iria acontecer a partir daí.
Os
deterministas são de opinião que, em todo o Universo, todos os corpos e
forças atuam uns sobre os outros de forma que sempre haverá um
encadeamento obrigatório e lógico entre os acontecimentos.
Em
suma, para os deterministas, tudo está escrito e nada acontece por
acaso e, portanto, nada acontece sem uma finalidade já definida no
início dos tempos.
3. Livre arbítrio
Em
oposição ao determinismo, existe uma outra corrente que defende a
existência, não de uma causa única e primordial, mas de “cadeias de
causas e efeitos interligadas onde um fenômeno determina um outro, que
determina um outro…, e juntos eles constituem uma série causal”. Assim,
dentro de cada cadeia causal é possível localizar a causa de cada
ocorrência. Uma série causal poderia ser, então, completamente
independente de uma segunda.
Duas
séries causais seriam consideradas independentes quando não existisse um
elo de ligação entre elas. Como exemplo, citam a ocorrência de um
eclipse, ao mesmo tempo em que verifica que o pneu de seu carro furou.
Por serem fenômenos sem nenhum elo de ligação entre si, podemos dizer
que o furo do pneu ocorreu por acaso, não tem nada a ver com o eclipse.
Caso
o eclipse tivesse provocado intensa escuridão e, em consequência, o
carro tivesse caído em um buraco e furado o pneu, poderíamos dizer que
duas séries causais independentes (o eclipse e o fato do autor estar na
rua com seu carro) se cruzaram resultando em uma terceira série causal: o
furo no pneu do carro.
Segundo essa
entendimento a respeito do acaso, ainda que todos os fatos ocorram
dentro de um mesmo Universo, a existência de fatos isolados dos demais
justificaria o livre arbítrio. No pensamento determinístico não há
espaço para o livre arbítrio, tudo já estaria determinado e ocorreria de
acordo com o preestabelecido. A aceitação da existência de séries
causais independentes resulta na convicção de que o homem pode evitar
que séries causais independentes se cruzem, podendo, também, criar suas
próprias séries causais que gerariam consequências previsíveis.
Essa
corrente de pensamento levou o ser humano a acreditar em resultados,
bons ou maus, advindo de deuses, em atos praticados em vidas passadas,
em atos praticados por ele ou seus antepassados, na bondade dos santos,
bem como em mandingas, simpatias e superstições sem fim. Ou seja, com o
livre arbítrio, o ser humano, ao invés de se sentir livre para tomar as
rédeas de seus próprios resultados, ficou preso a fatores e crenças que,
na sua imaginação, seriam determinantes para criação de séries causais
propícias ao resultado que ele estava procurando.
Isso
acontece porque é muito difícil para o ser humano aceitar consequências
sem causas diretas, bem como reação sem ação anterior que a provocou.
Tudo porque tendemos a procurar padrões e, nos relacionamentos humanos e
suas consequências, pode não existir um padrão para as causas nos
resultados observados, mesmo que sejam iguais ou parecidos com os
milhares de resultados que ocorrem em torno de nós.
Não
que a causa seja desconhecida ou não possa ser apurada. Mas um mesmo
resultado pode ter sido obtido por várias causas sobre as quais não
temos controle, podemos apenas inferir o grau de probabilidade de um
evento ocorrer sob várias causas possíveis.
4. Aleatoriedade
Segundo
alguns estudiosos, essa aparente dificuldade em aceitar a ideia do
acaso em sua definição mais correta é porque resultaria na aceitação de
que os corpos que compõem o Universo não tem, nem nunca tiveram,
qualquer relação de causa e efeito direta. Rejeitam a ideia de que todos
os acontecimentos, inclusive o início do processo que resultou no
Universo como hoje o conhecemos, seriam obra do mais puro acaso.
A
partir daí, uma outra corrente vem se destacando, aceitando a
ocorrência de séries causais independentes, que consideram aleatórias,
ou seja, sem um padrão definido, e rejeitam a tese de que o ser humano
pode atuar sobre essas séries causais de forma a gerar resultados
previsíveis.
Os índios canadenses têm
uma frase que resume isto muito bem: “Formigas montadas em um tronco
descendo o rio têm a certeza de que o estão dirigindo”.
Assim,
não tendo como gerar resultados previsíveis, todos os humanos, por mais
conscientes que sejam e por mais visão de futuro que tenham, irão se
deparar a todo momento com o mais puro jogo de dados, onde existem
apenas probabilidades de acertar qualquer dos números em uma jogada
qualquer.
Por isso, existem
pensadores que afirmam ser a determinação e a persistência mais
importantes para a obtenção de um bom resultado em uma carreira
profissional ou empresarial, por exemplo, do que a inteligência,
sabedoria ou conhecimento acumulado.
Calvin
Coolidge, um dos Presidentes dos Estados Unidos, chegou a afirmar que:
“Nada no mundo pode substituir a persistência. O talento não pode. Nada é
mais comum do que pessoas talentosas frustradas. A genialidade não
pode. O gênio não recompensado é quase proverbial. A educação não pode. O
mundo está cheio de fracassados instruídos. Apenas a persistência e a
determinação são onipotentes.”
Diante
da aleatoriedade que cerca a existência humana, probabilidades de
acerto resultam, então, mais da quantidade de ações desenvolvidas em uma
determinada direção do que qualquer outro fator que esteja sob nosso
controle ou que venhamos a controlar.
Leonard
Mlodinov, em “O Andar do Bêbado”, define bem: “…um dos importantes
fatores que levam ao sucesso está sob nosso controle: o número de vezes
que tentamos rebater a bola, o número de vezes que nos arriscamos, o
número de oportunidades que aproveitamos. Pois até mesmo uma moeda
viciada que tenda ao fracasso às vezes cairá do lado do sucesso.”
Então, “tente outra vez”, como diria o sábio Raulzito.
Fonte: Bule Voador.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Fractal de Zyorg - Assim funciona o UNIVERSO...
...Ou pelo menos, como eu imagino !
O que faz essa engrenagem funcionar perfeitamente é: cada um fazer o seu melhor.O lubrificante são as boas ações e a areia são as más ações.Faça as escolhas certas e o UNIVERSO flui num fluxo contínuo,perfeito e suave !
Ou o exemplo nesse GIF do mesmo Fractal:
O que faz essa engrenagem funcionar perfeitamente é: cada um fazer o seu melhor.O lubrificante são as boas ações e a areia são as más ações.Faça as escolhas certas e o UNIVERSO flui num fluxo contínuo,perfeito e suave !
Ou o exemplo nesse GIF do mesmo Fractal:
Acidente fatal na Arábia Saudita
ATENÇÃO!! AVISO DE CENAS FORTES
O exemplo de quando uma brincadeira vai longe demais, nesse vídeo podemos ver que a vibe da galera em Riyadh, capital da Arábia Saudita, é fazer manobras e drift diretamente na pista movimentada com uma platéia acompanhando. Dessa vez a brincadeira terminou bem mal para os quatro passageiros nesse veículo, que perde o controle, capota e os lança como bonecos de pano em uma cena lamentável e fatal.
Já dei o aviso de cenas fortes, então assista por sua conta e risco.
O exemplo de quando uma brincadeira vai longe demais, nesse vídeo podemos ver que a vibe da galera em Riyadh, capital da Arábia Saudita, é fazer manobras e drift diretamente na pista movimentada com uma platéia acompanhando. Dessa vez a brincadeira terminou bem mal para os quatro passageiros nesse veículo, que perde o controle, capota e os lança como bonecos de pano em uma cena lamentável e fatal.
Já dei o aviso de cenas fortes, então assista por sua conta e risco.
domingo, 3 de junho de 2012
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